terça-feira, 8 de outubro de 2013

...Setembro

Depois que escrevi a série de trinta poemas, em setembro passado, o objetivo não era publicá-los. Melhor, não havia objetivo nenhum, apenas escrever. Uma experiência. Não achava que os poemas compusessem um trabalho poético relevante, não acreditava naquilo como poesia. Entretanto, tomada por um espírito meio Murilo Mendes, comecei a mexer naqueles textos – as “revisões” chegaram a um número superior a cinco – e no final, sobrou algo que me fazia acreditar. Enviei para alguns amigos, outros mexeram um pouco mais, outros um pouco menos e O tal setembro começou a ser gestado. Quem escreve sabe: escrever, mexer e publicar. Não havia possibilidade de deixá-lo na gaveta, impossibilitando outras coisas de brotarem. Pra mim a coisa não funciona de maneira tão amena, escreve e engaveta. O negócio tem que andar pra parir... e o livro nasceu!


Mas nascer não basta, é preciso ter uma vestimenta pra deixar a maternidade das lavras. Daí entra a figura do músico Rodrigo Rocha, que além de tocar em vários lançamentos também criou a arte da capa. O objetivo era deixar a coisa menos linear possível, já que eram poemas escritos dia a dia, durante um mês e... Enfim, decidi por não procurar nenhuma editora, fazendo uma edição que eu pudesse participar desde a feitura e revisão até a diagramação e montagem das cópias. Assim foi. O resultado ficou lindo: um livro de folhas soltas [quebrando com a tal linearidade que eu não queria], envoltas em um envelope [como cartas sem destinatário] e um desenho condizente na capa [matriz e tinta, na base do grafite]. Foi gratificante produzir todo o livro e crucial para a minha própria compreensão enquanto escritora. Afinal, o que é um livro: conteúdo ou o material?


Depois de parir foi o momento de mostrar ao mundo o filho com cara de joelho, mas que com o tempo ganha forma [e vida própria]. O primeiro passeio foi na CasAbsurda, em um pré-lançamento, com música e poesia. Depois foi a vez de ganharmos o OnzeBar, do também poeta Knorr, com vários amigos lendo seus textos, levando seus versos para roda. Na última aparição, O tal setembro, ganhou a orla carioca, se lambuzou de bronzeador e esteve no Labirinto Poético, na Cidade das Artes, dentro do evento FLIZO [Festa Literária da Zona Oeste do Rio de Janeiro]. Estive com meu amigo Lucas Viriato, e mesmo que não houvesse livro já estaria com o ano ganho! Assim, como eu costumo dizer, a poesia me trouxe muito mais que versos, métricas e afins. Ganhei muitos amigos e pessoas que compartilham a mesma aflição! Que venham outros setembros, outubros, novembros, dezembros...



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